A aprendizagem é um fenômeno biológico, resultado de processos anatômicos, fisiológicos e bioquímicos que ocorrem no Sistema Nervoso Humano e é um processo de interação e inter-relação de processos biológicos, intelectuais, emocionais e sociais.
A aprendizagem passa por processos que envolvem estruturas cerebrais complexas, por isso é necessário compreender sobre como o cérebro aprende, quais são as áreas específicas responsáveis por determinadas funções, como estas áreas se apresentam, se desenvolvem em sua maturação neurológica, seus marcos do desenvolvimento, as janelas de oportunidade para a aprendizagem, a plasticidade cerebral, a potencialização de áreas cerebrais específicas como a motora, de linguagem, a atenção, a percepção, a memória enquanto estruturas cognitivas, os níveis de processamentos da informação, a apropriação de conhecimentos formando a segunda natureza humana.
Aprender é algo fantástico, que muda, que transforma um ser biológico em um sujeito social, um sujeito de conhecimento, que age sobre o mundo não a nível de estímulo e resposta para atender suas necessidades básicas, mas vai além, muito além disso, mediado pelo conhecimento age sobre o mundo de forma intencional, consciente, planejada para atingir seus objetivos.
O ser humano não se limita ao mundo natural, ele o transcende e o transforma transformando a si mesmo. Ele se humaniza produzindo seu mundo, gerando seus conceitos, seus conhecimentos, sua cultural.
O nosso cérebro está preparado biologicamente para a aprendizagem, porém estas estruturas somente se desenvolverão por meio da efetivação da aprendizagem, um exemplo é a apropriação da leitura, da escrita, do cálculo, há áreas específicas do cérebro que são dotadas de capacidades a nível neural para que o processo de apropriação destes conhecimentos aconteça e estas estruturas irão se desenvolver em situação de aprendizagem .
Do ponto de vista teórico, Pais, Mães, Professores, Pedagogos e Educadores precisam considerar os conhecimentos da Neurociência, da Neuropsicologia Cognitiva e mais recentemente da Neuroeducação sobre aprendizagem e desenvolvimento humano e se utilizar destes como elementos importantes na organização da educação de seus filhos, na organização do trabalho pedagógico.
Conhecer o processo ensino-aprendizagem em termos neuropsicológicos torna o educador um profissional com uma maior capacidade de organizar, sistematizar e direcionar o seu trabalho, além de compreender a cognição como um conjunto de capacidades inter-relacionadas que podem ser diagnosticadas e modificadas sempre que necessárias compreendendo que o cérebro não tem o mesmo potencial em todos os seus processos e sim diversas formas de processamento o que indica diversas forma de organizar o ensino.
Emília Bernardi – Pedagoga do Rhema Care, Especializada em Neuropsicologia.
