Neurociência, aprendizagem, desenvolvimento e cognição

A aprendizagem passa por processos que envolvem estruturas cerebrais complexas e cada vez mais Pedagogos, Professores e Educadores se deparam com uma questão fundamental: não basta a estes profissionais em sua formação em Pedagogia entender os métodos, as metodologias, os conteúdos organizados e sistematizados por meio do currículo, mas é necessário compreender sobre como o cérebro aprende.

Quais são as áreas específicas responsáveis por determinadas funções, como estas áreas se apresentam e se desenvolvem em a sua maturação neurológica, os marcos do desenvolvimento e a potencialização destas, bem como seus processamentos que se dará por meio da aprendizagem  em seus respectivos espaços familiar, escolar e social.

Hoje, são inúmeros profissionais que estudam sobre este tema, mas principalmente os profissionais da área da saúde e educação em seus diversos segmentos como a Neurologia, a Psicologia, a Neuropsicologia, a Fonoaudiologia, a Terapia Ocupacional, a Pedagogia, entre outras, cada qual com seu objeto de conhecimento, mas todas elas tem algo em comum e apaixonante: conhecer o desenvolvimento humano, como o cérebro funciona para aprender, do que ele precisa para aprender, onde guardamos nossas memórias, nossas emoções, como pensamos, falamos e comunicamos.

A Neurociência consiste no estudo sobre o sistema nervoso e suas funcionalidades, além de estruturas, processos de desenvolvimento e alguma alteração que possa surgir no decorrer da vida.

A área de atuação da Neurociência é vasta e dentre elas, o estudo das relações entre comportamento e funcionamento cerebral se destaca como primordial.

A Neurociência está cada vez mais presente na sala de aula, ou mais precisamente, a nossa compreensão de como o cérebro se desenvolve e de que forma isso muda a nossa forma de ensinar. Sendo assim, a terminologia “Neuroeducação” traz consigo cada vez mais esta proximidade entre a Neurociência e a Educação.

Uma das áreas que vem ganhando a atenção de muitos pesquisadores é a Neuroeducação, ela é definida  como uma nova área de estudos e pesquisa interdisciplinar que visa investigar a aprendizagem e desenvolvimento humano , tanto na teoria como na prática , tendo como base a integração de diferentes disciplinas : Educação, Biologia e Ciências Cognitivas.

Dentro das Ciências Cognitivas, a Neuropsicologia cognitiva tem contribuído de forma significativa para o diagnóstico e o desenvolvimento de programas de intervenção.

Essa área de conhecimento permite a investigação de determinadas funções ou habilidades cognitivas, a fim de verificar desempenho na realização de diferentes tarefas como, por exemplo , tarefas de linguagem, leitura ou escrita.

Então, quais habilidades cognitivas se encontram associadas à leitura?

Como podemos intervir, ou seja, usar estratégias para estimular ou remediar problemas de leitura, se não conhecermos as habilidades envolvidas nesse processo.

A cognição é o processo de conhecer, que envolve uma série de fatores que a caracterizam como o pensamento, atenção, memória, raciocínio, percepção, discurso, juízo e imaginação. Todos eles são determinantes para a autonomia de uma pessoa.

Portanto, é fundamental que a criança seja estimulada desde muito nova para que ela possa desempenhar suas tarefas e até suprir necessidades pertinentes à sua realidade. Observar como a criança reage e como ela vem adquirindo ou não habilidades ao ser estimulada, permite avaliar como estão suas capacidades e potencialidades.

Emília Bernardi – Pedagoga Especializada em Neuropsicologia

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